Robôs para apagar fogos

Há algo estranho no modo fluido, quase orgânico, como se deslocam os androides SAFFiR (Ship­board Autonomous Firefighting Robot). Os humanoides, desenhados para localizar incêndios a bordo de uma embarcação e extingui-los nos seus momentos iniciais, demonstraram já este ano, no Laboratório de Investigação de Sistemas Autónomos, em Washington, que podem deslocar-se por um navio e manter o equilíbrio, mesmo quando a embarcação balança.
Equipados com sensores e ciber­músculos biomiméticos que emulam a anatomia humana, os autómatos conseguiram detetar a presença de uma chama, ativar uma torneira de água e usar uma mangueira para apagá-la. Quando estiverem plenamente desenvolvidos, os SAFFiR patrulharão por sua conta, mas também trabalharão em conjunto com os serviços de emergência. Para isso, serão capazes de entender os gestos e as ordens verbais do líder da equipa, isto é, funcionarão de forma autónoma, sem necessidade de serem comandados por controlo remoto.
O consórcio que lançou o projeto, integrado por investigadores da Universidade da Pensilvânia, do Instituto Tecnológico da Virgínia, do Laboratório de Mecânica e Robótica (RoMeLa) e do Laboratório de Investigação Naval, pretende testá-los no final do ano no antigo navio de assalto USS Shadwell, hoje convertido em plataforma de testes.

SUPER 194 - Junho 2014
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Como vencer o cancro

E se fosse possível reprogramar as células malignas para voltarem a ser normais? Uma descoberta sensacional promete torná-lo realidade.
Decerto não lhe diz nada, mas a seguinte sequência de letras e sinais constitui a perfeita reprodução de uma nova filantropia: C l C 1 = C C = C ( C 2 = N [ C @ @ H ](CC(COC(C)(C)C)=O)C3=NN=C(C) N3C4=C2C(C)=C(C)S4)C=C1. É assim que se transcreve a identidade química de uma molécula contra o chamado “carcinoma de linha média com reordenamento do gene NUT”, um tipo raro e agressivo de cancro que costuma causar a morte dos doentes menos de um ano depois do diagnóstico. Codificada para fabricar cópias em 2D ou 3D, constitui o tipo de informação ciosamente guardado pelas companhias farmacêuticas, pois o seu valor potencial ascende a milhões de dólares. Todavia, o médico e químico Jay Bradner, criador do composto, está a oferecê-lo ao mundo.
“A nossa missão é acelerar a disponibilidade de medicamentos específicos para os doentes de cancro”, declarou Bradner, que trabalha no Instituto Dana-Farber do Cancro, em Boston. Até agora, já partilhou a descoberta com 250 centros de investigação de dezenas de países. Embora a sua generosidade tenha aumentado a pressão competitiva no seu próprio laboratório, a recompensa é que existem, agora, muito mais pessoas interessadas no referido carcinoma: foram-lhe dedicados pelo menos dez artigos, publicados recentemente nas revistas científicas mais importantes.


SUPER 185 - Setembro 2013

«Top model» galáctica

A galáxia espiral M51, conhecida como Redemoinho, encontra-se a 30 milhões de anos-luz. A sua imagem é um dos espetáculos mais belos que se podem encontrar no céu, graças à orientação do seu plano relativamente a nós. Se a observarmos na banda dos raios X, como fez a sonda Chandra, da NASA, descobriremos objetos ocultos dos olhos dos telescópios óticos. Na imagem, aqueles surgem em cor púrpura. A maioria destas fontes de radiação é constituída por sistemas binários nos quais um dos seus membros é uma estrela compacta, normalmente uma estrela de neutrões ou, por vezes, um buraco negro. Das 500 fontes de raios X que a Chandra descobriu nesta zona do espaço (quase 400 na M51), pelo menos dez conteriam um buraco negro. Em oito destes sistemas, o buraco negro está a roubar material à estrela companheira. A própria M51 está a “engolir” uma pequena galáxia lenticular. Esse canibalismo provoca ondas de formação de estrelas em todo o seu disco galáctico, precisamente onde se descobriram estas fontes de raios X.

SUPER 196 - Agosto 2014
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Porque é que o gelo estala ao derreter?

Quando deitamos uns cubos de gelo numa bebida à temperatura ambiente, ouvimos estalidos, o que se deve ao efeito combinado de dois fenómenos físicos.
Por um lado, a água gelada contrai-se (em vez de se dilatar, como a maior parte dos sólidos) ao liquefazer-se. Por outro lado, temos as microbolhas de ar que ficaram presas no gelo durante o processo de solidificação da água. Esse ar, sim, comporta-se de modo normal: ao aquecer, o seu volume aumenta.
Assim, os cubos de gelo que acabam de entrar em contacto com a bebida são afetados por duas forças que puxam em direções opostas. A rede cristalina do gelo tende a encolher, enquanto o ar contido nas microbolhas se expande.
O resultado dessa luta de tensões é um sonoro estalido, amplificado pelas imperfeições, em forma de fissuras, que se produziram no gelo de modo natural quando a água congelou.

Qual é a melhor forma de nos secarmos depois de uma chuvada?

Correr ou sacudir o corpo. Quando nos molhamos, ficamos coberto de uma película de água que está em equilíbrio dinâmico com o vapor do ambiente. Isto é, há partículas em estado gasoso que passam constantemente para o estado líquido e vice-versa.
Quando nos movimentamos, varremos a camada de vapor que nos rodeia e, para restabelecer o equilíbrio, algumas moléculas líquidas escapam do nosso corpo para a atmosfera. Se continuarmos a mexer-nos ou sacudir-nos, a água continuará a evaporar-se.
É por isso que levamos mais tempo a secar quando o ambiente está húmido: há tanto vapor de água na atmosfera que impede este processo.

Dicas: Como criar o local de estudo ideal

É muito importante que te sintas confortável no teu quarto, mas também que o tornes funcional. Segue as nossas dicas!

Dicas: Como criar o local de estudo ideal


Cria áreas distintas - a zona de dormir, a zona de estudo e a de lazer;
Se o teu quarto for pequeno, poderás criar a zona de lazer com um cantinho de almofadas no chão... ou transformando durante o dia a cama em sofá, encostando-a a uma parede e colocando almofadas a fazer de encosto;
É muito útil um painel de parede (magnético ou em cortiça) onde podes colocar, por exemplo, o calendário dos testes, o horário semanal, os trabalhos a fazer e, claro... os períodos de férias;
Deves ter uma mesa ou escrivaninha com pelo menos um metro de comprimento, para teres espaço suficiente para livros e cadernos. A altura da secretária deve andar entre os 70 e 80 cm, consoante a tua altura e a altura da cadeira em que te sentas. Para não te doerem as costas, podes colocar uma almofada na região lombar;
É muito importante um candeeiro de secretária (ou de pé alto) colocado do lado oposto ao que escreves;
Deves ter por perto uma estante ou prateleira onde possas colocar todo o material e livros escolares para que não tenhas de te levantar constantemente enquanto estudas;
Se quiseres pintar uma das paredes do teu quarto de cor diferente, opta pela parede da cabeceira da cama. Assim, quando estiveres deitado, irás ver todas as paredes de uma só cor, o que te dará uma sensação de maior tranquilidade;
Deves ter uma luz suave junto à cabeceira da cama;
A luz tem um papel fundamental para o teu quarto ser confortável. Coloca uma lâmpada no teto de tom amarelado. São precisos diferentes tipos de iluminação, específicos para cada actividade;
Cria uma área de lazer onde colocas, por exemplo, os livros os jogos e a música. E um candeeiro que te permita ler ou jogar sem qualquer esforço!;
Se o teu quarto tiver pouca luz solar deve ser pintado em tons de amarelo e branco, enquanto quartos soalheiros devem ser pintados com cores frias, como o azul e o verde, porque dão a sensação de frescura;
Mesmo em dias frios, deixa a janela aberta para renovar o ar e permitir que o sol entre!


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Tubarão-baleia fotografado nos Açores

Foi um tubarão como este que Nuno Sá fotografou no Açores
Martin Wilke, mergulhador alemão, tinha acabado de saltar para água, quando de repente se deparou com milhares de atuns a nadaram rapidamente à sua volta. Passado poucos segundos, viu um tubarão-baleia vir na sua direcção, em movimentos lentos, parando depois a observá-lo, a menos de dois metros. Dando a parecer que queria descansar, Martin decidiu agarrar-se à barbatana do mamífero e deslizar.
Wilke, em declarações à BBC Brasil, explicou que "no início, toda aquela ação e velocidade pareciam caóticas, mas assim que eu mergulhei para aproximar-me do tubarão-baleia, o caos deu lugar ao silêncio e à harmonia".
O fotógrafo português Nuno Sá, especialista em vida marinha, capturou este momento inédito, mas já encarou este gigante do oceano outras vezes.   
Rhincodon Typus (nome científico) é o maior peixe que se conhece e a maior espécie, entre todos os tipos de tubarões. Chega a atingir os 20 metros de comprimento e pode pesar mais de 12.000 kg. 
Pode ser avistado nas águas tropicais ou subtropicais no mundo inteiro. Em alguns países, como na Austrália, os tubarões-baleia estão protegidos por lei, mas noutros são caçados, principalmente em Taiwan e nas Filipinas. Mais de 100 tubarões são mortos anualmente só em Taiwan, o que causa sérias preocupações quanto ao seu futuro, pois cresce lentamente e demora a atingir a maturidade. 
Alimentam-se principalmente de plâncton, embora também comam regularmente cardumes de pequenos peixes e lulas.

Google lança ferramenta de combate à pesca ilegal que segue barcos em tempo real


Sydney, 14 nov (Lusa) - O gigante tecnológico Google anunciou hoje que vai monitorizar milhares de barcos de pesca em tempo real, prometendo dar um contributo importante contra a pesca ilegal, que rouba à economia cerca de 20 mil milhões de euros por ano.
A ferramente interativa permite acompanhar a deslocação dos barcos de pesca, e foi desenvolvida em conjunto com os ativistas ambientais da SkyTruth e da Oceana, e foi apresentada no World Parks Congress, em Sydney, na Austrália.
"A combinação de computorização na 'cloud' e dados massivos está a permitir a criação de novas ferramentas para visualizar, perceber e potencialmente melhorar" o combate à pesca ilegal, disse o responsável do departamento da Google 'Earth Outreach and Oceans'.


Ler mais: http://visao.sapo.pt/google-lanca-ferramenta-de-combate-a-pesca-ilegal-que-segue-barcos-em-tempo-real=f801522#ixzz3J3OUG8E4

Crianças ultracongeladas


O Facebook tem 1,32 mil milhões de utilizadores, e muitos deles querem fazer like em frases inspiradoras ilustradas por fotos do pôr-do-sol, projecto que não conseguirão levar a cabo se as funcionárias da empresa desatarem a ter uma vida normal





Empresas como o Facebook estão a oferecer-se para pagar a congelação de óvulos às funcionárias, para que elas possam dedicar-se à carreira, adiando a maternidade. O Facebook tem 1,32 mil milhões de utilizadores, e muitos deles querem fazer like em frases inspiradoras ilustradas por fotos do pôr-do-sol, projecto que não conseguirão levar a cabo se as funcionárias da empresa desatarem a ter uma vida normal. Assim, quando elas quiserem ter filhos, já depois de terem desenvolvido algoritmos suficientes - ou lá o que se faz no Facebook - terão o óvulo fresquinho à sua espera. No entanto, uma vez que, do ponto de vista das empresas, nenhuma altura é oportuna para ter filhos, talvez o melhor seja guardar os óvulos no congelador até à reforma. Aos 65 anos, a funcionária poderá, então, incubar o filho sem prejuízo para o seu empregador, e com óbvias vantagens para si: tem tempo para dedicar à criança, sabedoria acumulada para lhe transmitir, e talvez não viva o suficiente para a ver chegar à adolescência, que é uma idade tão parva.
Há outra hipótese. Gostaria de sugeri-la. As funcionárias engravidam quando lhes apetecer (peço a vossa tolerância para uma ideia tão lunática). Mas, para que a empresa não fique prejudicada pela sua ausência, entregam o óvulo fecundado a uma barriga de aluguer. Esta ideia não é original. O Facebook também se oferece para financiar barrigas de aluguer. Onde eu inovo é neste ponto: proponho que essa barriga seja a do próprio Mark Zuckerberg. Desse modo, a funcionária não abdica da carreira e ainda pode acompanhar o crescimento do seu bebé todos os dias. Basta-lhe bater à porta do gabinete do presidente da empresa. Em 2009, uma americana deu à luz oito gémeos. Creio que Zuckerberg também tem condições para fazer germinar oito crianças no seu bandulho, e assim produzir até 32 crianças a cada 3 anos. Assim, mostraria que a sua empresa está realmente empenhada em impedir que a maternidade prejudique a carreira das suas funcionárias. Seria também uma mudança refrescante no mundo do trabalho: há, por essas empresas, tantos patrões que engravidam as funcionárias, que acaba por ser apenas justo que, ao menos uma vez, haja funcionárias que engravidam o patrão.


As vidas que nos habitam

De nossos medos
nascem nossas coragens
e em nossas dúvidas
vivem nossas certezas.
Os sonhos anunciam
outra realidade possívele os delírios, outra razão.Nos extraviosnos aguardam descobertas,por isso é preciso perder-separa voltar a encontrar-seEduardo Galeano
© Eric Rose (2011)